Ministério da Saúde - Foto: G1 |
Através de nota informativa, o Ministério da Saúde, no dia 15 de Setembro, volta atrás sobre a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades.
Agora a orientação é que não seja feita a vacinação deste grupo.
A vacinação deve ficar restrita a três perfis específicos:
1) Adolescentes com deficiência permanente
2) Adolescentes com comorbidades
3) Adolescentes que estejam privados de liberdade
A nota informativa de 15 de Setembro contraria uma outra publicada pelo Ministério da Saúde em 2 de setembro, que recomendava a vacinação para esses adolescentes a partir do dia 15.
A decisão foi tomada dentro de um contexto de aumento dos relatos de falta de vacinas no país, sobretudo para a segunda dose.
O Ministério da Saúde ressalta que os adolescentes sem comorbidades formariam o "último subgrupo elegível para vacinação e somente vigoraria a partir do dia 15 de setembro".
Em uma das suas justificativas para deixar de prever o público amplo, a nota argumenta que a "Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades".
A afirmação, entretanto, não corresponde ao posicionamento da entidade.
A Organização Mundial da Saúde afirma que "crianças e adolescentes são menos propensos a ter complicações por causa da doença", mas na sequência não traz indicação contrária: diz apenas que a vacinação ampla deste público é "menos urgente" do que vacinar outros grupos, como pessoas mais velhas, com comorbidades e trabalhadores da saúde.
O Ministério da Saúde destaca ainda que a "maioria dos adolescentes sem comorbidades" não sofrem de casos graves da doença, que há "somente um imunizante" avaliado em ensaios clínicos, e que "os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos".
Por fim, o governo ressalta a "redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico".
No Brasil, o imunizante da Pfizer já tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicado nesta faixa etária
Pelo mundo, outras vacinas já são aplicadas em menores de 18 anos.
O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) defende a imunização desse público.
“A vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária, priorizando neste momento aqueles com comorbidade, deficiência permanente e vulneráveis, como os privados de liberdade e em situação de rua. Havendo quantitativo de doses suficientes para atender a estas prioridades, deve imediatamente ser iniciada a vacinação dos demais adolescentes”, informa, em nota.
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